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O coronavírus tem alarmado viajantes no mundo inteiro, não só pela doença em si, mas também pela quantidade de informações falsas e especulações.
Por isso, o Passagens Imperdíveis conversou com médicos especialistas e destrinchou fontes oficiais para esclarecer as dúvidas e mitos mais comuns sobre o novo vírus que se espalha pelo mundo.
O assunto é, de fato, o mais falado em todo o planeta. Por isso, estamos atualizando constantemente a atual situação das fronteiras, voos e companhias aéreas no Brasil e no mundo. O nosso objetivo é ajudar todos os viajantes com as últimas notícias, informações e orientações.
- Grupos mais vulneráveis
- Vírus em lugares quentes
- Mitos mais comuns
- Força letal do coronavírus
- Sintomas durante a viagem
- Recomendação para viagens
- Fontes confiáveis e atualizadas
- O que é o coronavírus
- Transmissão da doença
- Como prevenir
- A verdade sobre as máscaras
- Países mais atingidos
- Situação no Brasil
- Enfrentamento do Covid-10 no Brasil
#DicaPI: durante o período de isolamento social, veja algumas ideias para viajar sem sair de casa!
Entrevista com médicos infectologistas
Como a nossa especialidade é viagem, e não saúde, buscamos quem realmente entende do assunto. Nesse sentido, os médicos infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão responderam às nossas perguntas.
Os médicos, bastante ativos no Instagram, com o perfil @casal.infecto, têm mestrado em Infectologia e pós-graduação em Controle de Infecção Hospitalar. Logo, são autoridade para falar sobre o tema.
O risco de infecção é o mesmo para todas as pessoas ou há grupos mais propensos? Uma vez infectado, algum grupo corre mais risco de morte que os outros?
O grupo de risco envolve idosos com mais de 60 anos e pacientes com doenças crônicas. Estes são de longe a maioria dos óbitos notificados.
Classicamente, outros grupos são conhecidos como risco para demais doenças virais, principalmente crianças e gestantes, porém isso não tem se mostrado relevante em relação ao novo coronavírus.
Fonte: Entrevista com infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão
É verdade que o vírus tem menos chances de se expandir em locais onde as temperaturas estão mais altas?
Sim, sabemos que o vírus se dissemina menos em regiões quentes, a exemplo do Brasil.
Fonte: Entrevista com infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão
Quais são os mitos mais comuns em relação ao coronavírus?
Vários mitos são facilmente encontrados na Internet. Nesse sentido, as mentiras mais usuais são:
- Vitaminas em excesso vão te proteger do vírus
- Chás podem ter efeito curativo como o Oseltamivir (Tamiflu)
- O Oseltalmivir trata coronavírus
- Chineses transmitem a doença mesmo sem visitar regiões de risco
- Todo paciente com o vírus terá uma doença grave
- O Brasil não está preparado para a entrada no novo vírus
Fonte: Entrevista com infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão
O coronavírus é o vírus mais perigoso que existe? Qual sua taxa de infecção/mortalidade? Quais as chances de recuperação de quem o contrai?
Não, o novo vírus tem uma taxa de letalidade em torno de 3% a 4%, um valor mais baixo que muitas outras infecções que estamos acostumados, como o sarampo.
Os números de pacientes recuperados estão aumentando muito. Entretanto, esses dados continuam em atualização, mudando todos os dias.
Fonte: Entrevista com infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão
O que fazer em caso de suspeita de infecção durante a viagem?
Mesmo com o grande aumento dos casos, outros vírus respiratórios ainda são maioria, então caso apresente sintomas leves, ideal é que mantenha repouso, se hidrate e alimente adequadamente e use medicações sintomáticas, caso necessário.
Caso o quadro fique arrastado, ou os sintomas e sinais fiquem intensos, use uma máscara de proteção – para evitar contaminar os outros – e procure atendimento médico.
Uma opção seria ligar nos serviços de saúde (hospitais e prontos-socorros) para procurar saber se na região onde você está há algum protocolo específico. Afinal, podem ter procedimentos diferentes conforme o quadro local.
Se você está no grupo de risco, procure atendimento imediatamente.
Lembre-se de manter a etiqueta respiratória e lavagem adequada das mãos a todo momento.
Fonte: Entrevista com infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão
#DicaPI: nesse momento, o seguro viagem pode cobrir as despesas com consulta médica no exterior, por isso a importância de se assegurar!
Baseado nos dados sobre contaminação, quais as suas recomendações com relação a viagens internacionais?
Primeiro, fique atento às notícias do local para onde você vai e países de conexão. Cada país e região pode ter protocolos específicos sobre a circulação de estrangeiros. (Veja o status de voos e fechamento de fronteiras pelo mundo)
Estamos diante de uma pandemia, logo as notícias são dinâmicas, podendo mudar a qualquer momento a situação em determinado local.
É importante reforçarmos que a maioria dos casos passa como um resfriado comum ou uma gripe. Dessa forma, os casos complicados são exceções. Todavia, se o local para onde você vai está com um número grande de circulação do vírus, já com transmissão pelo interior do território, talvez seja interessante adiar a viagem nesse momento. São exemplos China, Itália, Irã e Espanha (região norte, como Milão e Veneza).
Para países onde o número de casos não é relevante, a preocupação deve ser a mesma que se tem ou se deve ter em qualquer lugar do mundo, principalmente a higienização constante das mãos com o uso de água e sabão, bem como álcool gel 70%.
Os estudos em relação a uma possível vacina e novos tratamentos estão a todo vapor. Isso pode ajudar ainda mais a cessarmos de vez o ciclo de disseminação desse vírus.
Fonte: Entrevista com infectologistas Tassiana Galvão e Danilo Galvão
Dados gerais divulgados por órgãos competentes
Os médicos à disposição prontos para nos ajudar, mas isso não tira o peso da prevenção. Sendo assim, veja o básico sobre o coronavírus para entender melhor e evitar de contrair a doença.
Onde acompanhar informações confiáveis sempre atualizadas sobre o coronavírus?
Como é gigantesco o fluxo de informações sobre o coronavírus, inclusive falsas, volte sua atenção às fontes oficiais. Entre elas, órgãos competentes, cuja especialidade é a saúde pública:
- Ministério da Saúde
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária
- Organização Mundial de Saúde
- Hospital Israelita Albert Einstein (referência em atendimento relacionado a coronavírus)
- Portal Consular do Itamaraty (para informações sobre os destinos de viagem)
O que é o coronavírus e o que pode acontecer se alguém o contrair?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).
Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.
No entanto, o coronavírus (SARS-CoV-2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença.
Os principais são sintomas conhecidos até o momento são:
- Febre
- Cansaço
- Tosse seca
- Dores
- Congestão nasal
- Corrimento nasal
- Dor de garganta
- Diarreia
Sobre o tratamento, não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. Indica-se repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como:
- Medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos)
- Umidificador no quarto ou banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse
Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento indicado pelo médico.
Fonte: Ministério da Saúde e Hospital Israelita Albert Einstein
Basta a exposição a um ambiente onde foi registrada a presença do vírus, ou é necessário algum tipo de contato mais próximo com alguém que o tenha contraído?
A transmissão do coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo (ex.: toque ou aperto de mão), contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe. O período médio de incubação por coronavírus é de 5 dias, com intervalos que chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARSCoV é em média de 7 dias após o início dos sintomas. Contudo, dados preliminares do coronavírus (SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.
Até o momento, não há informações suficientes de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.
Fonte: Ministério da Saúde
Quais são os cuidados que se deve tomar para evitar a contaminação?
Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente antes de ingerir alimentos, após utilizar transportes públicos, visitar locais com grande fluxo de pessoas, como mercados, shoppings, cinemas, teatros, aeroportos e rodoviárias. Se não tiver acesso à água e sabão, use álcool em gel a 70%.
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e outros utensílios.
Evitar tocar mucosas dos olhos, nariz e boca sem que as mãos não estejam higienizadas.
Ao tossir ou espirrar, proteger a boca e o nariz com um lenço de papel (descarte logo após o uso) ou com o braço (e não as mãos).
Fonte: Ministério da Saúde
O uso de máscaras é, de fato, necessário/recomendado?
A princípio, o uso da máscara era recomendado apenas para quem está apresentando sintomas da doença, de modo a evitar que espalhe o vírus. Mas hoje, por determinação legal em diversos municípios e recomendação das autoridades de saúde, todos precisam usar esse equipamento, inclusive para frequentar espaços públicos, que têm proibido a entrada de pessoas sem máscara.
Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein
Quais países têm maior número de casos identificados?
China, Itália, Irã e Espanha, nessa ordem. O número é dinâmico, por isso cabe consultar a fonte com dados atualizados em tempo real.
Quando começou a situação no Brasil?
O primeiro caso do novo coronavírus (covid-19) no Brasil foi confirmado em São Paulo no final de fevereiro. O homem de 61 anos chegou de uma viagem na Itália, onde há um aumento expressivo de casos da doença.
Já são milhares de casos confirmados no Brasil e até hoje (27 de abril) o país teve a confirmação de 4.295 mortes em decorrência do vírus.
Fonte: Ministério da Saúde
Haverá ajuda financeira para reforço do plano de contingência ao enfrentamento do Covid-19
O Ministério da Saúde vai disponibilizar 2 mil leitos de UTIs volantes, de instalação rápida. Os primeiros leitos estão previstos para serem encaminhados a partir de 17 de março.
Também foi anunciada a liberação de R$ 432 milhões aos estados, encaminhados pelas unidades da federação para o enfrentamento da pandemia.
O recurso se destina a ações de assistência, inclusive para abertura de leitos ou custeio de existentes nos estados e municípios. Outros recursos podem ser disponibilizados conforme a necessidade do enfrentamento.